quarta-feira, dezembro 27, 2006

Felicidade?


(C) imagem: Peter Sherrard

Corro, corro e nunca alcanço
a danada da Felicidade;
que é tal qual a cenoura (que pende)
em frente à cabeça do asno (que sou).

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domingo, dezembro 24, 2006

Poema cotovelístico

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*(Terapia que ajuda evitar a insanidade fulminante:
Escrever um poema com os cotovelos.)

Diques

Ela cuidava de castores.
Ele sonhava com castores.

Os castores são seres extraordinários:
roedores que constroem diques,
mas ainda nunca haviam sido
o elo de ligação entre ela e ele.

Talvez o fossem também os cangurus,
mas ela não gostava de saltos
e ele não gostava de bolsas.

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sábado, dezembro 23, 2006

O Amor é uma flor roxa que nasce no coração do trouxa?


(c) Dietrich Madsen

Minha consciência só não é mais intranqüila porque sempre encontro nobres comparsas que participam, como eu, do criminoso ato de pensar o Amor. Elaboramos teorias, opiniões e julgamentos, e não são poucos os que acham que o compreenderam científicamente, psicologicamente ou filosoficamente, (hormônios, arquétipos ou idéias) e que desfrutam de um brevíssimo momento de segurança conceitual.

Eu mesmo vivo tentando negá-lo, justificando-o pelas minhas mazelas de criação em seio familiar tempestuoso, imaturo e egoísta, mas a própria negativa já presume uma crença a priori. Creio que muita vezes o desmistifico para torná-lo menos assustador... Assim, só me resta assumir a covardia frente ao Amor, e de que ainda não tenho meios (maduros) para experenciá-lo com todo o meu ser.

A alma de poeta, pois, reluta dentro de mim como um alienígena, arrebatando-me por vezes em momentos inapropriados ou com pessoas fora das nossas relações culturais (ou árvores, ou o céu, ou o aroma de café), fazendo de mim um liquidificador de sentimentos temperados com cacos de teorias. Faz-me vivo, enfim... Mas por quanto tempo...?

"Pois nasci nunca vi amor
E ouço del sempre falar.
Pero sei que me quer matar
Mais rogarei a mia senhor
Que me mostr' aquel matador
Ou que m'ampare del melhor. "

Nuno Fernandes Torneol (séc XIII)

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terça-feira, dezembro 19, 2006

Boicote ao Natal consumista

Natal sem compras,
sem presentes e sem culpa.

Me filiei a este movimento proposto pela minha cartunista predileta e correspondente virtual Nina Paley. Quem estiver esperando presentes de Natal, já sabe que eu não entro nessa "obrigação" do nosso sistemazinha corrompido, cujos sentimentos e valores que damos as pessoas são mensurados por essa compulsão natalina de compras. Na realidade já não o fazia, mas agora levanto a bandeira.

Não tem sentido essa loucura. Primeiro por que é burrice (ou masoquismo) entrar num fervor de compras com shoppings lotados e barulhentos. Segundo porque presente bom é aquele que a gente dá sem data específica, pelo simples prazer de dar e não para aliviar a nossa consciência. E finalmente porque até mesmo a data, minha gente, não é aniversário daquele velho gordo que fala Ho-ho-ho e que se veste de vermelho (e diga-se de passagem originalmente vestia-se de verde mas a Coca-Cola fez um bom trabalho de marketing e lavagem cerebral) e sim o aniversário de um líder religioso denominado por Jesus e que eu prefiro chamá-lo de um grande mestre, uma vez que o caráter divino foi imposto pelo Concílio de Nicéia 300 anos depois da sua morte.

Fato é que essa data (25/12) é o solstício de inverno (no hemisfério norte), conhecido como o "nascimento do Sol" e é justamente por esse motivo que a data é atribuída ao nascimento dos deuses solares. Por isso que nessa data é dito que nasceu Jesus, Buda, Krishna, Mitra, entre outros. Ou seja uma data de comemoração pagã aos deuses solares e que foi abafada pelo cristianismo institucionalizado (leia-se Igreja Apostólica Romana). É a época em que sol está mais distante da terra, momento onde as influências energéticas são mais propícias à introspecção e análise da própria vida. Hoje infelizmente abafado pela fartura de comida, bebida e barulho, onde a última coisa a ser focada é autoconhecimento e revisão pessoal.

Fora isso, no plano estético, uma decoração vermelha e verde típica das paisagens européis (frutos vermelhos e o verde forte das árvores de lá) juntamente com outros acessórios (pirulitos em forma de bengala listrados, lareiras, esquilos, etc.) que não fazem parte da nossas cultura, fauna e flora brasileira. Aliás acho absurdo decorar os pinheiros com simulações de neve, mas vá entender. ("Esses romanos são uns loucos!" diria Asterix). Se fôssemos seguir em frente nesse falta de bom-senso natalino por aqui, que pelo menos atribuíssemos uma árvore brasileira que melhor representasse nossa cultura. Vou pensar em alguma coisa e sugerir este outro manifesto.

É isso. Se virem um senhor baixinho barrigudo e barbudo vestido de vermelho com um saco cheio de presentes (e que não seja o nosso presidente da república) dêem um chute no saco dele por mim (não no de brinquedos!). Mas se quiserem dar no do presidente também fica por conta de vocês.

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segunda-feira, dezembro 18, 2006

Mulheres fora de casa

Depois de um "susto" que tive hoje ao usar o banheiro aqui próximo à minha sala, passei este e-mail para as mulheres que trabalham nas salas adjacentes:
(as leitoras do meu blog que se sentirem ofendidas podem ficar à vontade para manifestar vossa indignação nos comments.)

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>Senhoras e senhoritas,

>Os homens são seres de estômago forte, (haja visto que
>buchada e sarrabulho fazem parte de seus hábitos gastronômicos)
>mas ainda não estão preparados para visualizarem o descarte
>menstrual das mulheres no lixo. Isso nos traumatiza e pode
>causar até mesmo pesadelos, tá?

>
>Talvez possa parecer uma bobagem para vocês, mas
(com exceção
>dos cirurgiões)
o sangue só faz parte do dia-a-dia masculino
>em momentos de acidentes e brigas, o que desperta nosso instinto
>de sobrevivência e de sal
vamento, e não obstante, para nós as
>mulheres são seres sempre delicados e perfumados. Então por
>gentileza: em banheiros de uso comum a homens e mulheres,
>enrolem sempre em papel higiênico ou toalha, de forma que ele
>fique bem camuflado no lixo, ao invés de parecer as bandagens
>de uma vítima de guerra.
>
>O imaginário masculino agradece.
>
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A mente masculina é realmente fértil!


quinta-feira, dezembro 14, 2006

A Fonte da Vida



Tive a extasiante experiência de assistir a esse filme no cinema nesta semana. Fui sem muita expectativa pois trazia um casal de atores hollywoodianos em evidência. Mas amigos: o filme me arrebatou. Trata-se de um turbilhão de imagens poéticas e metaforas visuais belíssimas com efeitos especiais emocionantes. Emocionantes mesmo, pois fiquei lá boquiaberto, com lágrimas nos olhos quando acenderam as luzes. Não me deram tempo nem de me recompor.

Escrito e dirigido por Darren Aronofsky, e exibido em circuitos alternativos, o filme é altamente simbólico. Na leitura que fiz, faz alusão ao Casamento Alquímico - do Homem renascido e de sua Alma. Com uma história se passando em tempos diferentes, um homem faz de tudo para buscar a Imortalidade, mas não conseguia diferenciá-la de Juventude Eterna (o que é Eternidade não é a mesma coisa de todo-tempo-do-mundo). Além disso faz referência ao vácuo cósmico denominado Shamballa (segundo as correntes teosóficas - no filme é Shimbilala porcausa da tradição Maia), região ondes as almas despertas podem continuar seu processo rumo a eternidade e outros símbolos "metafísicos"...



Ainda bem que assisti no cinema. Está longe de se ter o mesmo impacto se assistido em TVs.
Se ainda estiver passando na sua cidade, aproveitem a experiência. É alimento para a alma.

segunda-feira, dezembro 11, 2006

vegetarianismo



(c) http://caminhandoemsilencio.blogspot.com