Lá em cima e lá embaixo

Vista Aérea de Fortaleza. O paradoxal é que tenho muito mais medo de fazer
um exame médico do que voar a 900 pés num besouro gigante. Vai entender...


Fui acompanhar uma bateria de fotos aéreas junto com o amigo Gentil Barreira. Fomos de helicóptero e a experiência foi ótima. (Certamente melhor do que voar de Google Earth! rs) Nada como ver as coisas um pouco mais de cima para percebermos quão pequeninos são os nossos problemas lá embaixo. O único problema é que deu vontade de ficar lá em cima e esperar a nave me buscar de volta para o meu planeta natal. Mas não vieram.

De noite, para fechar o dia com chave de ouro, fiz um exame médico pendente e descobri 02 novas pedras no meu rim direito. (Sem falar na sensação de envenenamento devido ao contraste injetado no meu sangue).

Forma "positiva" de ver o meu "pequenino" problema: Acho que vou montar uma pedreira.

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Vende-se um poodle: R$1,00 em 12x

Como alguns devem saber eu tenho um cachorro e um poodle em casa. A cadela é uma akita inu, a Hana Tama. E a poodle é a Lalinha.
(Para os que estranharam a afirmação, explico-me: Realmente poodles não são cachorros. Eles pertecem à ordem dos primatas, e são algo próximo de lêmures ou miquinhos. Cuidado ao chamar um poodle de cachorro que pode ofendê-lo profundamente e até mesmo afetar sua auto-estima)

Pois bem, hoje de manhã acordei com uns ruídos estranhos, como arranhões em alguma estrutura acústica que potencializava o som. Pensei que a Hana, que tem um certo mal hábito de cavar buracos no jardim na vã tentativa de retornar ao Japão, tivesse encontrado alguma lata enterrada. Por umas 2 ou 3 vezes eu gritava de dentro de casa para maneirarem a bagunça e o som parava. Demorei para verificar o que se passava. Quando abri a porta Lalinha tava com umas manchinhas pretas abaixo dos olhos que a primeira vista parecia uma maquiagem de japonezinhas de mangá. "Hana tá influenciando demais essa menina"- pensei. Um pouco de fuligem estranhamente foi se depositando aos poucos no chão da sala quanto mais Lalinha e Hana circulavam. Foi só o tempo de observar que a coisa tinha ficado literalmente preta, na varanda onde fica estacionado o meu carro, cheio de pó de fuligem, pedacinhos de plástico e um cheiro de gasolina.

Lalinha esteve cavando o fundo do meu carro provavelmente atrás de um calango ou um inseto. Não só raspou o fundo, cano de escape, eixo, etc. como conseguiu também a proeza de morder e furar as mangueiras ligadas ao filtro de combustível. Resultado: quando cheguei ao trabalho foi só o tempo de ver o resto da gasolina indo embora escorrendo por baixo do carro e finalmente descobrir que não era só a sujeira que ela fez. No final do dia, uma ajuda dos amigos para uma empurrada básica no carro, colocar um pouco de combustível e ir para a oficina.

Prejuízo: 120 pilas, fora o combustível e os danos morais.
Vou descontar da mesada dela.

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Um breve momento da Eternidade

...E eis que um dia Ele precisou partir e seguir viagem pelos vales do descobrimento de si mesmo. Partiu enquanto Ela ainda adormecia. Antes, porém, tocou-lhe o coração e ajustou o seu ao dela, como dois relógios, na esperança de que o Universo lhe permitisse conservar consigo em memória a música celeste que seus corações vibravam em consonância.

Partiu. E em tantos anos executou aquela música em seu coração, dia e noite, mantendo o mesmo andamento e clareza do som, como aquele que mantém um archote aceso mesmo numa tempestade.

E um dia se reencontraram "por coincidência". Ele ouviu a música dela novamente e pôde perceber que estava tocando exatamente a mesma nota, no mesmo tempo, no mesmo compasso, naquele breve momento da Eternidade, como se nunca tivesse partido...




(as imagens são de Gustav Klimt)

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Invejo os ursos

Gostaria de recomeçar a escrever aqui com uma história entusiástica e vibrante. Até tenho uma linda história para contar - e hei de contá-la em breve- mas como esse blog aqui acabou sendo muitas vezes terapêutico mesmo vou aproveitar essa tônica para escrever algo dentro do tema que me aflinge no momento...




Hoje é dia 21 de Junho. O início do Inverno no hemisfério sul. O dia do sol invictus, o nosso Natal propriamente dito. Bem verdade que minha cidade (Fortaleza) , na condição de alta proximidade do Equador, não sofre tanto com as mudanças climáticas e variações de estações. Mas símbolo é símbolo e estou ligado mesmo interinamente com minha terra natal (Brasília) muito mais do que aqui. Hoje é o dia da noite mais longa e o dia mais curto do ano. É o dia em que a Espiritualidade está mais próxima da Materialidade no planeta, e que as pessoas sensíveis sentem isso na pele...

Muito bem, seguindo adiante: Invejo os ursos porque conseguem hibernar durante o Inverno. Isso porque eles se alimentam suficientemente no Outono de forma a crescer bastante em peso e suportar as dificuldades do inverno, até que chegue a Primavera e ele possa novamente sair da caverna e viver novamente à luz do sol....

Invejo-os porque recentemente (re)encontrei um grande amor, e talvez o mais puro de todos; aquela com que vivi as emoções mais puras (há uma década e meia, antes de passar por tanta coisa até hoje). Pena é que só pude estar com ela por 4 dias, há duas semanas. E só voltarei a revê-la por menos de duas semanas, daqui a mais de um mês, e depois enfrentar seis meses sem sua presença, pois ela sairá do país para um curso em outro continente...

Felizes são os ursos que conseguem se alimentar suficientemente daquilo que lhe faltará por uma estação. Eu, que não consegui alimentar-me suficientemente, sofro a dor de não estar junto da pessoa amada. Eu, que não há muito tempo saí também de um relacionamento relativamente longo e fiquei só, tenho essa sensação terrível de inanição, e hoje me vem tantos pensamentos à mente deixando-me confuso. A tristeza que veio sob a forma de rajadas frias de vento, já anunciava o longo Inverno.

É o mais correto a ser feito? Sim, acredito que sim... O Universo demonstrou isso... É uma provação, sem dúvida. Espero resistir bravamente a ela e não sucumbir desnutrido...

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vazio

v a z i o













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