segunda-feira, julho 28, 2008

Dá um abraço?

quinta-feira, julho 10, 2008

Klimtiando


Foto: Moises Gonzalez / Kattaca

Se você, como eu, também tiver uma grande admiração pela obra de Klimt, com o seu mundo de cores e formas mágicas e vibrantes, vai adorar esse trabalho aqui. Chama-se "A Essência de Klimt" publicado na revista AE. Trata-se de uma releitura de várias obras de Klimt, só que fotografadas com modelos reais. As fotografias são de Moises González sob a direção da Kattaca. Belíssimo o trabalho.

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segunda-feira, julho 07, 2008

Kite Surf, Aikido e uma metáfora existencial


fotos: Marcelo Vieira

Kitesurf também é uma boa metáfora para a vida. Primeiro você aprende a ficar em pé. O controle da pipa é o primeiro passo. No começo os braços ficam rígidos e cansam. Até que você aprende que não é força e sim só jeito, e o esforço então passa a ser mínimo. (Assim também é quando fazemos os suburis - treinos com espada no aikido).

A pipa, nossa personalidade, deve permanecer sempre alinhada com a barra de direção (nossa consciência). No começo tendemos a segurar mais na borda - o que gera um movimento maior e mais brusco. E tentamos domesticar a pipa com movimento mais solavancados o que para nosso desespero pode nos levar ao chão. (Por sorte não comi areia). Mas com o tempo, aprendemos que o controle da pipa (da personalidade) se dá por mantê-la sempre ligada à barra, com movimentos sutis e ritmados mantendo sempre a conexão (o "mussubi" como é chamado no aikido). Aliás não são poucas as semelhanças com o aikido. Diga-se de passagem que o ponto de conexão com as linhas da pipa se dá justamente na região denominada "Tanden" . E para a metáfora com a vida não poderia ser melhor: nosso umbigo e o cordão umbilical - e para falarmos em termos metafísicos também: nossa ligação com o corpo astral flutuante.

Com essa prática do controle da pipa, seguimos adiante.



Hoje (domingo) fiz minha terceira aula, cujo teor foi o de entrar e sair do mar com a pipa. Fazer o "body drag" como o instrutor ensinou. Segundo ele, o meu já está ótimo e na próxima aula já vou aprender a fazer o "oito" (uma manobra de pressurização da pipa e ganho instantâneo de força e velocidade). O oito, a propósito, para uma metáfora existencial, é o símbolo do infinito em diversas culturas, tal qual o "anel de Moebius".

Além de tudo isso tem ainda outros detalhes: a pipa que recebe o "sopro da vida" (enchida de ar com uma bombinha); o fato dela se assemelhar a uma lagarta quando enrolada e a uma borboleta quando aberta; a forma de enrolar as linhas em formato de oito, tal qual as duplahélices do DNA; etc, etc. Prometo no final do curso, quando eu tiver velejando propriamente, descrever essa metáfora existencial com pormenores...! Por enquanto sou apenas um aprendiz...

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domingo, julho 06, 2008

Acrosticamente Ana




Amor..? Eu finalmente agora o (re)conheço.
Não que eu o compreenda; não que eu o explique;
Amar é mergulhar no inexplicável mistério do Ser.

Minha alma reconhece enfim tua alma;
Afinidade da melodia tocada pelos corações unidos
Ressonantes, harmônicos e zelosos
Guardam em si toda a potência da criação;
Admirada és, minha musa da transformação
Recuperaste teu caminho - e eu o meu;
E enquanto o Universo nos permitir seguir
Te amarei, querida, com todo o meu Ser
Hoje, amanhã e por toda a Eternidade;
Até que unidos alcancemos nosso Destino.

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sexta-feira, julho 04, 2008

Quer comprar um sonho?


Ilustração de Andres Miranda


Só um breve desabafo:

É uma verdadeira lástima observar que os sonhos - que vivem no Mundo das Idéias, como diria o cumpadre Platão - vão sendo substituídos implacavelmente pela visão mecanicista, manualista e produtiva com foco em resultados financeiros imediatos mesmo que se sacrifique o conceito - a essência - das coisas. (Oh sim imediatos, pois para quaisquer que sejam os prazos, os sonhos serão eternos).

A preocupação com a qualidade e o carinho com as coisas vão ficando em tão última estância que chega a me assustar. Um dia talvez isso também aconteça aconteça às nossas crianças. Talvez elas venham ao mundo já programadas produtivamente sem sonhos - para não perderem tempo e focarem no resultado. E qual seria esse resultado? Talvez o que o Dalai Lama já alertou: Metade da vida gastando a saúde para ganhar dinheiro, e depois, na outra metade, gastar o dinheiro ganho tentando recuperá-la.

Há quem diga que o importante é ser feliz agora, mas o que seria a felicidade sem alma? Imagino que seja aquela felicidade plástica de consumo de massa que encontramos ali no Supermercado Pão de Açúcar - pelo menos é o que dizem: "Lugar de Gente Feliz".

O que faz de uma coisa uma coisa, é a sua essência por trás da embalagem, da carapaça. Mas numa sociedade patologicamente pragmática, onde se hipervaloriza a imagem (com uma decorrente e inevitável desvalorização da essência); onde se valoriza o funcionalismo em detrimento da vocação; onde os números e as metas levam-nos para objetivos controversos e praticamente unilaterais (disfarçadamente bilaterais); é inevitável portanto que as coisas se tornem um fim em si mesmo e o sentido de tudo passe a ser perpertuar o tudo, por "aglutinação cega de recursos".

A criatividade é a única ferramenta eficiente que conheço para acessar esse mundo da transformação real das coisas, a verdadeira alquimia dos (verdadeiros) sonhos.

A poesia morre a cada dia nesses lugares de sonhos de plástico. Mas ela fica aí sobrevoando... É só levantar os braços e alcançá-la. (o problema é que estamos sempre com as mãos ocupadas carregando nossas compras ou usando nossos brinquedinhos eletrônicos!) Quem não a alcança morre de fome, porque todo e qualquer coração - até o dos brutos - se alimenta de sonhos...

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